A Evolução dos Relógios e da Concepção de Tempo / Home

O desenvolvimento do relógio na Idade Média

A Idade Média (476-1453) tem início com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476.

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A partir de então, um processo de descentralização política e administrativa converteu o feudo na unidade básica do sistema econômico.

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A sociedade feudal era dividida em clero (os que oram), nobres (os que guerreiam) e servos (os que trabalham). O clero encarregava-se da vida religiosa e a ele cabia também o papel de justificar a dominação exercida na sociedade pela Igreja Católica, a maior proprietária de terras da época.

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A Igreja foi, sem dúvida, a maior e mais poderosa instituição da Idade Média. Sua prática contradizia muitos dos seus ensinamentos. Sua riqueza a fazia influente junto à nobreza, com a qual disputava espaço de poder, e interferia no cotidiano da população.

A procura por relógios de água na Idade Média foi intensa. Mecanismos para a água fluir com vazão constante através da regulagem da pressão e mostradores visuais para a passagem do tempo foram adicionados para aperfeiçoar esses relógios.

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No entanto, nesse tipo de relógio, a água congelava no inverno. Inventaram, então, o relógio de areia, que ficou conhecido como ampulheta.

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Essa areia era feita de pó de casca de ovo. A ampulheta constitui-se de duas ampolas de vidro, sobrepostas, com um orifício bem fino ligando as duas. A parte superior contém uma porção de areia que, devido à força da gravidade, escoa para a parte inferior. Quando toda a areia da parte superior passa para a ampola inferior o ciclo termina. Para reiniciar é só inverter verticalmente. Elas marcavam apenas pequenos períodos de tempo, o que restringia sua utilização. Porém, tornou-se muito popular pela praticidade de locomoção. As ampulhetas mais sofisticadas mediam períodos de 30 minutos.

Na Idade Média, a Igreja contribuiu enormemente para o desenvolvimento dos relógios mecânicos. Provavelmente ela foi a maior estimuladora para o desenvolvimento desses relógios devido às necessidades vividas nos mosteiros medievais, em que a pontualidade era uma virtude rigorosamente prescrita e o atraso na chegada a um serviço divino ou a uma refeição era punido. Nessa época, os únicos centros de conhecimento eram os mosteiros e a fabricação desses relógios era feita por pessoas de alto nível de instrução, que só a Igreja formava.

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No final do século XIII, grandes relógios mecânicos foram construídos em torres de cidades europeias. Esses relógios tinham, basicamente, como componentes principais, engrenagens movidas através de pesos, que caiam lentamente de grandes alturas. Pela sua difícil construção e manutenção, esses relógios eram construídos apenas em locais públicos.

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O relógio mecânico tornou possível a civilização industrial e fixou a ideia de desempenho e produtividade na atividade humana.

Os sinos tinham um papel de destaque na vida medieval, e seu mecanismo para tocar pode ter contribuído para a invenção do relógio mecânico. No século XIV esses relógios multiplicaram-se.

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Os sinos das Igrejas anunciavam o momento das atividades religiosas, enquanto os relógios públicos batiam as horas. No final do século XIV foram fabricados alguns que batiam os quartos de hora. Muitos atrasavam mais de 15 minutos por dia e os enguiços eram frequentes.

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